Se eu tivesse que lhe escrever um texto, talvez fosse a minha obra prima. Cada pingo em seu devido "i", cada virgula bem posta em cada palavra a rima.
E ainda assim não seria eu.
De cada poeta, de cada Chico, de cada um se tira aquilo que esperávamos poder ser.
E ainda assim não seria eu.
Se dos mais pobres versos eu lhe fizesse uma música, a mais bela bachiana ou dentro de cada contratempo e tempo a perfeição de uma bela melodia.
Ainda assim não seria eu.
E o tempo passa, dentro de cada melhor, me escondo, observo e nego a cada bendizer do próximo.
Enumero a mim mesmo, tanto e tantos méritos, tantas condecorações de dias passados onde tudo parecia estar ganho e penso o quanto tudo avista o perdido.
De tanto olhar para trás, me perco naquilo que seria ali para frente.
Ainda serei eu ?