terça-feira, 19 de julho de 2011

A Flor



Certo dia resolvi comprar uma flor, mas não qualquer flor, era a mais linda das flores, contudo, essa flor só era cultivada em um país muito distante, e eu não poderia compra-la sendo uma beleza rara, os habitantes não pretendiam vende-la. 
Apesar de todos os empecilhos parti à terra desconhecida. No caminho muitos desafios, muito frio e longa distância, porém, a solidão foi o pior inimigo. 
Chegando aquele lugar esquecido por Deus o medo tomava conta do meu ser, já que nada ali soava, nem parecia familiar. Começava assim minha busca. 
Já possuía o mapa para encontra-la, então em meio a toda aquela selva atônita, meti-me diante todos os desafios, foi confuso, difícil e um grande exercício da paciência, esperar horas e horas, até avistá-la. 
Até que então, quando a vi, meus olhos enamoravam a beleza de tuas pétalas, simples e maravilhosas, teu perfume enfeitava-me cada segundo mais, deleitávamos o momento e a ideia de como fora tardio esse encontro. 
Precisara eu voltar ao abrigo àquela selva a noite não me era um lugar seguro. Então com a onda e o fervor do momento colhi a flor e a levei comigo até meu abrigo. 
O meu amor por aquele ser era tão grande que passei a noite a admirá-la, idolatra-la, que acabei esquecendo-me de regá-la, de cuidar para que sobrevivesse. E assim a mais bela das rosas se foi. 
Desolado, não soube o que fazer, o desespero tomava-me por completo, então dois nativos, que mais pareciam os bons samaritanos das parábolas bíblicas, ou até mesmo anjos, consolavam-me e levantavam-me de tamanha tristeza, mesmo assim ainda permaneci na selva, sozinho, no frio, sendo roubada minha comida e sustento por predadores da noite. 
A falta de tamanha musa fez-me apanhar aquele velho e surrado mapa mais uma vez,  e partir a tal busca. Apontei todos os possíveis lugares onde encontra-la, e novamente parti. 
O primeiro lugar era um jardim gigante, dentro daquela relva. Encontrei todos os tipos de flores, menos a minha amada. Esperançoso, caminhei para o segundo possível local, um pequeno vilarejo, mas, nada, ela não brotara ali. 
O terceiro era minha ultima chance, uma tribo bem próxima ao segundo vilarejo, uma tribo onde todas as etnias se encontravam através de seus sábios. Africanos, caucasianos, latinos, confirmavam minhas expectativas, a mais bela das flores, floresceria ali, mas iria demorar certo tempo. 
Meses se passaram e eu continuava ali diante as mais belas e sábias almas que conheci. Tratavam-me da melhor maneira, exaltavam a vontade no meu coração de revê-la, compartilhavam minhas expectativas e esperanças e torciam pelo meu êxito. 
Chegara assim a tarde em que desabrocharia novamente aquele amor. Da mesma forma ela reapareceu linda e esplêndida como antes. Todos os olhares e expectativas eram a nós, corações esperançosos pulavam de todos os lados. 
Era a hora de me aproximar, estendi minhas mãos para alcança-la, tinha a certeza de não cometer os mesmos e primeiros erros. Entretanto não percebi, e havia muitos espinhos, grandes navalhas que me cortaram. Surpreso com sangue que escorria por entres meus dedos, perdi por alguns instantes. “o que aconteceu?” – pensava a todo o momento – “por que me rejeitara, ó formosa flor? 
A vontade de tê-la, aumentava potencialmente, a ponto de jogar meu corpo à ela, grande erro. Teus espinhos já se tornavam tão grandes e resistentes que perfuraram meu peito. Vendo tal situação todos aldeões prontificaram-se a me ajudar, fecharam as feridas, mas a tristeza, essa permanecera ali, forte e aguda como todos aqueles espinhos. 
Nada restava a mim ali em tal lugar mais, precisava voltar para casa, despedi-me de cada um daquele lugar, sendo eu eternamente grato a todos eles por tudo. E da flor, apenas guardarei e nunca me esquecerei de tamanhos momentos, apesar de curtos os mais felizes de minha vida.

2 comentários:

  1. Que lindo Peste, estou aqui parada refletindo sobre suas palavras

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Nativos, sahusahsauhsauhsausa
    Um indio moreno e outro loiro!!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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