domingo, 20 de julho de 2014

A Solitária

E ele era apenas mais um cara deitado
com apenas seu mundo ao redor.
Alguns sonhos e a falta de outros,
quase nada o motivava mais
além da ideia de se forçar a seguir em frente.

Seus olhos vidravam ao nada
assim como a mente permutava a pensamentos incompreendidos,
mas a um instante, de longe, vinha um sino,
não aqueles de romaria, nem anunciava nada que lhe fosse esperado.

Agora tudo que lhe fixava eram aqueles olhos. 
Horas se perguntando de onde será que vinham,
ou talvez onde iriam lhe levar.
Talvez tudo aquilo fosse como uma onda,
onde iam e viam as emoções.

E não era obsessão, talvez fosse o desejo,
que o movia-o a vontade de entrelaçar os dedos naqueles dourados fios de cabelo.

O tempo passava mas as linhas da folha de papel
permaneciam ali, a horas.
Será que tudo aquilo lhe fora tirado,
o riso, o sorriso, a esperança.

Pensara ele que talvez todo momento passado
não passava de uma ilusão da madrugada,
um delírio envolvente.

Chamar, gritar por aquele nome,
não seria útil,
nada dito ali naquele momento,
seria ouvido tão distante,
nem mesmo pela sua consciência.

Tocar ao ar,
não materializaria,
nada sobre o que ele desejara encontrar

E voltara a cama só,
apenas ele e as memórias
apenas ele e a sua esperança
de apenas mais uma vez.          

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